Sinopse

Era uma amizade. Uma promessa. Eles ficariam juntos pra sempre, não importava o tempo que passasse. Ele foi embora, ela esperou. Mas os tempos mudam, as pessoas mudam. E as promessas? Ele resolveu voltar. Ela não é mais a mesma. E os dois, será que esse ainda existe?

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Fazendo Durar


            E quem diria que ali chegaríamos. Há duas semanas, se me perguntassem sobre Josh eu provavelmente amarraria a cara e iria para longe do inconveniente. Pois é bem o que dizem, e eu nunca necessariamente neguei: que a raiva é somente uma forma de esconder um sentimento mais profundo. No meu caso, a mágoa de ter sido abandonada pela pessoa que mais me importava no mundo. Mas agora estávamos eu e Josh juntos novamente, como sempre fomos. Bem... Não exatamente da mesma forma.
         A semana passou comigo e com o Josh felizes. Não passamos muito tempo juntos na escola, até porque não tínhamos muitas aulas juntos e eu ainda tinha um problema a resolver. Eu tinha outros amigos e ainda não estava disposta a fazer como quando mais nova, onde eu me excluía do mundo e confiava toda a minha amizade a Josh. Apesar de controversos, Lola, Alex, Gordo e Bafo eram pessoas legais e que nunca me deixaram na mão e nos anos em que Josh esteve fora, eles me acolheram e me fizeram dar alguns sorrisos – ainda que não fossem genuínos.
         Pois ficamos assim: Na escola, nos encontrávamos quando era possível, mas voltávamos para casa juntos todos os dias e passávamos um bom tempo no meu portão ou no dele, conversando. Volta e meia o assunto sempre chegava no momento em ele, e eu não podia negar que eu também, esperava. Sábado. O dia em que meus pais viajariam e eu ficaria em casa sozinha, e havia convidado Josh para assistir a alguns filmes comigo. Era o momento em que poderíamos ficar sozinhos e privacidade era tudo o que eu queria naquele momento. A única coisa que martelava mais na minha cabeça, mais do que a ansiedade para o final de semana, era a ideia de que eu não sabia bem o que eu e Josh éramos. Na verdade, duvidava até mesmo que ele soubesse. Não havia um pedido oficial, mas as vezes nos sentia como namorados. Ainda assim, não nos beijávamos na frente dos outros e não andávamos de mãos dadas, cheios de chamegos, por isso eu esquecia a ideia desse tipo de relacionamento. No fim das contas, a única coisa que eu tinha certeza – e me importava – era da nossa amizade. Éramos sim, amigos de verdade e nada disso podia ser contestado.
         Depois de muito esperar, finalmente era sábado. Meus pais seguiram para Connecticut, visitar uma tia doente, às 2 PM e exatamente assim que eles puseram o pé para fora, eu comecei a preparar as coisas para receber Josh. Preparei pipoca, comprei chocolates e doces, separei os refrigerantes e copos. Ajeitei a sala, afastando o sofá e deixando um espaço cheio de almofadas para que deitássemos no carpete. Deixei os DVDs de filmes em cima da mesa, comédias: Professora Sem Classe, Passe Livre, Gente Grande... Assim que vi o ambiente arrumado, corri para tomar meu banho. Já havia lavado o cabelo, então amarrei em um coque e tomei meu banho da forma mais especial. Passei óleos, sabonete especial e depois hidratante, pelo corpo inteiro. Olhava-me no espelho e sempre me sentia absurdamente sem graça, eu não sabia mais o que fazer. Estava arrumada, hidratada, depilada e perfumada e eu ainda não me sentia nada atraente.
         Depois de quase mais de meia hora só pensando, resolvi desistir. Coloquei um short curto de cintura alta, uma blusa curta e uma camisa quadriculada por cima. Calcei os sapatos e quando dava os últimos retoques no cabelo, ouvi a campainha tocar. Era ele. Comecei a tremer involuntariamente. Respirei fundo e corri escada a baixo, abrindo a porta com rapidez. Ele sorria, com as mãos no bolso. Tirou os óculos e coçou a cabeça assim que entrou. Não falamos nada, apenas sorríamos. Eu fechei a porta atrás dele e quando me virei para entrar ele estava bem atrás de mim, e me roubou um selinho. Continuei sorrindo.
         - Que filmes você tem pra mim hoje? – Ele perguntou e eu sorri, pegando em sua mão e o levando para sala, onde tinha deixado os potes fechados de tudo o que comeríamos naquele dia. Ele sorriu.
         - Parece delicioso – Foi apenas o que ele disse, me abraçando por trás.
         - Que tais se comermos e colocarmos o primeiro filme? – Eu perguntei, virando-me para ele e mexendo em sua gola.
         - Acho válido – Ele deu um riso tímido e me deu outro selinho, me fazendo corar involuntariamente.
         Sentamos os dois juntos e ele tirou os sapatos antes de colocar os pés em cima das almofadas. Resolvi que não seria uma boa ideia ficar de sapatos também, já que, acima de tudo, estavam me deixando desconfortável. Tirei-os e segui engatinhando até o aparelho para colocar o primeiro filme. Escolhemos Gente Grande. Ao sentar de novo, Josh deitou em cima de algumas almofadas e pediu para que eu deitasse com ele. Encostei a cabeça em seu peito e ficamos os dois juntos, assistindo. Eu acariciando-o por cima da camisa e ele me fazendo cafuné. As nossas respirações andavam juntas e era confortável estar em seus braços.
         Quando o filme já estava em seu final, resolvemos levantar e comer um pouco. Atacamos a pipoca, fizemos briga com a mesma e rimos muito. Perdemos o final do filme, mas não nos importamos. Enquanto os créditos passavam, Josh pediu para ir ao banheiro. Esperando-o, fui até o meu quarto e peguei um maço de cigarros que estava guardado e um isqueiro. Desci tão rápido quanto subi e ele ainda não havia voltado. Ascendi então meu cigarro e traguei um pouco, foi quando ele voltou. Parou ao meu lado e ficamos em silêncio. Eu continuava levando o cigarro a boca e soltando baforadas no nada, e percebi que o olhar dele estava em mim.
         - O que foi? – Perguntei, enquanto apoiava a mão com o cigarro na perna que estava levantada, na posição em que estava sentada.
         - Ainda não acostumei com você fumando – Ele sorria e fez carinho no meu braço ao dizer isso.
         - Ainda acha que sou inocente, como você me deixou há sete anos? – eu levantei uma sobrancelha e dei mais um trago no cigarro que estava na minha mão.
         - Inocente você nunca foi, Senhorita Carlson. – Ele se aproximou de mim e me beijou o pescoço. Respirei fundo e mordi meu lábio. Estava arrepiada. Ele parou então e tomou o cigarro da minha mão.
         - Ei! – Eu reclamei. Não acreditei que ele iria mandar no que eu fazia ou não da minha vida agora. Mas me enganei, ao invés de jogar pela janela, ele pegou o cigarro e levou a boca, tragando como um fumante de 50 anos.
         - Me dá um trago, por favor... – Ele falou e continuou fumando do meu cigarro. Não conseguia nem falar algo em resposta, era bem estranha aquela situação. Ele riu de mim e me acordou com mais perguntas – O que é? Acha que eu nunca fumei? Acho que eu não bebo? Acha que eu não transo? – Ele disse a última frase descendo a mão pela minha barriga. Eu ri mais alto e tomei o cigarro dele, levando-o a boca.
         - Para de graça – Ele se afastou de mim e nós dois ainda ríamos – É que as vezes até eu mesma fico pensando se deveria mesmo fumar... – Eu dizia, olhando para o meu cigarro.
         - Faz mal a saúde, é claro... – Ele falou e eu concordei, sem olhá-lo – Mas você fica extremamente sexy, sabia? – E aquele complemento me fez encará-lo. Olhando-o de lado, levei o cigarro à boca mais uma vez e soprei a fumaça, sorrindo. Ele riu e se aproximou novamente, tirando o cigarro da minha mão e apagando num dos enfeites que minha mãe tinha em cima da mesa. Eu ri com a atitude, mas voltei a encará-lo, já que era impossível não fazê-lo, com aqueles olhos tão lindos em mim.
         Ele foi me deitando sobre as almofadas e ficando por cima, enquanto apenas me olhava. Meu coração palpitava acelerado e eu não conseguia me mover. Com cuidado e dificuldade passei meus braços por cima de seus ombros no momento em que ele fez com que minha cabeça encostasse no solo macio. Ele sorriu com carinho antes de juntar nossos lábios com um selinho, aos poucos movendo a boca, iniciando um beijo de verdade. As mãos dele, que já estavam na minha cintura, começaram a passear por aquela região, me fazendo arrepiar. Minhas mãos foram para o seu cabelo, puxando-o devagar enquanto ele movia os lábios nos meus, passando a língua na minha de uma forma tão calma que começou a me irritar um pouco. Puxei o corpo dele com a perna, fazendo com que grudasse completamente no meu e ele respondeu, puxando a minha cintura do chão para cima. Eu podia sentir cada centímetro do seu físico em contato com o meu o que me fez puxar sua cabeça e deixar o beijo mais ardente, me separando logo em seguida, no susto. Ele me encarava.
         - Pra quem achava que eu era absurdamente sexy com um cigarro na mão, você está indo bem devagar, marujo! – Eu falei, segurando em sua nuca e com uma tentativa de voz sexy.
         - Então quer dizer que você gosta das coisas mais... – Ele parou por um segundo, buscando a palavra certa – violentas? – Ele riu e eu ri junto.
         - Eu não disse isso... Na verdade... – Eu tentei continuar, mas ele não deixou. Abaixou o rosto até o meu ouvido e sussurrou:
         - Não diga que eu não avisei – E com um riso abafado mordeu a pontinha da minha orelha, fazendo com que todo meu corpo de arrepiasse. De uma vez ele começou a beijar e passar os lábios pela região, e eu apenas segurava em sua nuca, me contorcendo com as sensações que aqueles carinhos simples me davam. Ele puxava vez em quando, descia os beijos pelo meu pescoço, deixando chupões não tão fortes pela região e voltando para suspirar no meu ouvido, enquanto eu soltava alguns gemidos tímidos, não conseguiria me controlar. As mãos dele brincavam na minha barriga e os dedos se moviam conforme sua boca trabalhava. Foi num puxão de cabelo mais forte que o fiz se separar de mim e ele foi direto a minha blusa, puxando-a pra cima e tirando de uma vez, jogando para o lado. Após o feito, ele me pegou pelas costas com firmeza e me colocou em cima do sofá, se encaixando entre minhas pernas. Estava muito extasiada pra saber como ele havia feito aquilo e não tive tempo para tentar pensar. As mãos dele vieram direto em meus seios e apertaram com força por cima do sutiã e sem muita demora ele levou a boca ao mesmo local e começou a brincar com seus lábios e sua língua na curva dos mesmos. Eu tombei minha cabeça para trás e prendi o corpo dele com as minhas pernas no sofá. Senti suas mãos subirem pelas minhas costas e abrirem meu sutiã e eu estiquei os braços para que ele pudesse tirá-los. Sem demora ele voltou com a boca e com as mãos para os meus seios agora descobertos. Com destreza, ele segurava um com uma mão enquanto lambia o outro, passando a língua em volta dos mamilos e puxando-os com os lábios ao fim, e com isso trocava para o outro seio que há pouco estava sendo acariciado. Eu tinha a cabeça para trás, os gemidos começavam a sair mais altos da minha garganta e minhas mãos apertavam a cabeça de Josh em meus seios pedindo para que ele não parasse nunca com aquilo.
         Suas mãos desceram pelas minhas costas e chegaram até o meu short, já com a intenção de puxá-lo para baixo, mas eu o impedi. Inclinei meu corpo para frente e deixei minha boca ir de encontro ao seu pescoço. Senti que ele sorriu e eu comecei a beijá-lo, enquanto pegava a barra da camisa e começava a subi-la, para tirá-la, sem parar de mover meus lábios, sem medo de deixar marcas em sua pele branca. Eu passava a língua levemente e fechava os lábios no local, subindo logo em seguida em direção a sua orelha. Vez em quando sentia que ele arfava em minha orelha, o que me dava mais estímulo para continuar. Dessa vez, colei nossos corpos, sentada mesmo, ficando bem na altura de sua intimidade, deixando-as em contato. Eu podia sentir o quanto seu membro estava enrijecido por cima da calça. Quando consegui tirar toda a sua regata depois de tanto enrolar, ele me puxou com as mãos espalmadas em minhas costas e deu um beijo em cada um dos meus seios, me fazendo afundar o nariz em seu cabelo, sentindo o cheiro do perfume suave de seus fios. Ele seguiu as mãos até o meu short e, enquanto ainda tinha o rosto em meu peito, dedilhou até a parte da frente, abrindo meu cinto e logo em seguida o short. Empurrei-o um pouco, para então conseguir abaixar meu short com mais facilidade do que ele o faria comigo sentada. Jogando-o no chão, peguei Josh olhando-me, quase a salivar. Ele encarava minhas coxas e subia o olhar para a minha calcinha que era propositalmente pequena e vermelha.
         - Vai ficar aí parado, encarando? – Eu perguntei, enquanto me encostava no sofá e brincava com uma mecha do cabelo. Ele me olhou e sorriu, bastante safado. Levou as mãos até as minhas coxas e as apertou, subindo as mãos aos poucos para a lateral da minha calcinha e sua boca para a minha, beijando-me com vontade, como se fosse me comer. Seus lábios eram rápidos, cobriam os meus, sua língua passava pela minha como seduzindo-a e suas mãos se prenderam na minha roupa íntima, prontas para puxá-la. Eu separei o beijo com dificuldade, mas ele não parou. Seguiu seus lábios para meu queixo, meu pescoço, enquanto eu falava:
         - Eu estou em desvantagem – Ele riu abafado rapidamente no meu pescoço.
         - Não seja por isso – E com uma rapidez impressionante, assim que ele respondeu, desabotoou a sua bermuda e tirou-a, junto a sua cueca. Eu apenas acompanhava e não pude ter uma visão detalhada de todo o... equipamento, mas pra quê? Eu não queria exatamente olhar aquilo. Ele voltou ao que estava fazendo então: as mãos na minha calcinha, os lábios em meu pescoço e assim o senti descer a minha última peça de roupa, até chegar aos meus pés. Quando ele retirou, eu não esperei por sinalização ou permissão, deitei-me no sofá e esperei que ele viesse. E ele assim o fez, deitando por cima de mim e colando nossos corpos. Eu senti um arrepio ao ter sua intimidade em contato com a minha daquela forma, o que só me fez querer mais dele. Ele me encarava, descendo uma das mãos pelo meu corpo e parando a outra em meu rosto. Ele segurou seu membro e deixou-o já em posição. Bem em cima da minha intimidade, sem penetrá-la, pois antes veio até meu ouvido e sussurrou:
         - Você quer isso tanto quanto eu? – Mordi meu lábio, seu hálito quente, seu membro já pronto e quase lá, ele devia estar brincando comigo, eu não poderia aguentar.
         - Ainda mais – Eu respondi e sem pedir permissão puxei seu corpo para o meu fazendo com que ele me penetrasse de uma vez, soltando um grito de dor e prazer. Certo que eu esperava um pouco menos, mas eu conseguiria aguentar, era como me sentir completa. Ficamos um tempo apenas nos olhando, eu sentia meu corpo pulsar junto ao dele. Aos poucos ele começou a se mover, segurando no sofá ao meu lado, sem desgrudar os olhos dos meus. Eu tentava fazer o mesmo, mas era complicado pelo tanto que eu precisava aguentar. Fechei os olhos e mordi os lábios, soltando um gemido baixo.
         - Quer que eu pare? – Ele perguntou, mas eu fiz que não com a cabeça e abri os olhos. Minha boca estava entreaberta e o encarei, firme. Percebia cada movimento, indo e voltando e comecei a me acostumar com tal sensação. Ele levou uma das mãos para o meu rosto e tirou fios de cabelo que insistiam em cair na minha testa. Ele se movia com carinho e eu prendi minhas pernas entre seu quadril, fazendo com que ele se movesse um pouco mais rápido. Ele entendeu e sorriu, aumentando o ritmo, me fazendo piscar por alguns segundos a mais. Sorri fraco e abri os olhos, soltando um suspiro baixo enquanto sentia seu membro entrar e sair de mim. Levei minhas mãos para suas costas e cravei minhas unhas ali quando senti que ele começava a se mover ainda mais rápido, involuntariamente. Ouvi um gemido vindo dele e aquilo me deixou ainda mais excitada. Encarei-o e ele estava com os olhos fechados, com a boca entreaberta e concentrado em mover seu membro dentro de mim. Senti meu corpo arrepiar com a visão e eu levei uma das mãos ao sofá, sentindo minha intimidade começar a se contrair timidamente. Ele abriu os olhos e voltou a me encarar, agora com um sorriso entre os lábios. Meu corpo tremia e eu sentia que minha respiração não estava nem um pouco normal. Eu precisava de ar, mas ao mesmo tempo eu não queria nem um pouco. Eu queria aquele momento e Josh ali comigo, pra sempre. O senti parar de se mover de repente e me encarar, tirando todo o seu membro de dentro de mim. Por uns instantes fiquei sem entender, mas não demorou muito para que ele colocasse tudo de uma vez novamente e começasse uma nova sequência muito mais violenta. Fechei os olhos e não pude conter o grito, mas ele pareceu não se importar. Não que eu quisesse que ele parasse, mas ele ia forte, saindo quase que por completo de mim e voltando, como se fosse muito natural. Seus lábios agora desceram para os meus seios e ele começou a chupá-los com força, mordendo os mamilos enquanto não parava de se mover com rapidez. Minhas mãos em suas costas o prendiam a mim o máximo que conseguia, mas meu corpo já estava suado assim como o de Josh e elas sempre escorregavam. Meus gemidos foram ficando mais altos e com menor intervalo de tempo, eu sentia Josh parar de chupar meus seios para soltar gemidos roucos e morder os lábios, em seguida me encarando e voltando a brincar com eles e aquilo já estava indo bem longe. Senti arrepios me consumirem aos poucos e minha intimidade se contrair com mais vontade na dele, com espaços de tempos mais curtos. Até que senti o corpo de Josh parar e suas mãos irem até minha cintura, apertando com força. Soltei um gemido alto ao sentir seu líquido jorrar dentro de mim e, quase que automaticamente, senti meu corpo inteiro se contrair ao máximo e em seguida minhas pernas perderem a força.
         Ficamos parados por alguns momentos, sentindo nossas respirações se acalmarem. Quando resolvi olhá-lo, percebi que ele tinha o cabelo molhado, assim como todo o seu rosto que estava bastante vermelho. Sorri com a visão e passei a mão por suas bochechas, acariciando sua pele branca e macia. Ele sorriu, me encarando.
         - Não podia ter sido melhor – Ele sussurrou, com um meio sorriso nos lábios. Eu sorri junto até que seu rosto se modificou, numa cara que parecia quase pavor. – A gente não usou...
         E por um momento eu vi, criancinhas branquinhas com os cabelos lisinhos caídos na testa, correndo por aí, com as bochechas rosadas. Elas teriam os olhos dele... Eu não me importaria se saíssem completamente ao pai. Não me importaria de nada daquilo e meu coração parou por um momento também. Eu não me importaria se Josh e eu fossemos uma família, de que ele fosse o pai dos meus filhos. Eu já estava mais do que envolvida. Mas eu já tive essa conversa comigo mesma e não precisava me enganar. Eu sempre quis! E fingir que não me importava, dar patadas e afastá-lo só me fez perder um tempo precioso.
         - Eu tomo remédios, Joshua – Eu disse, com a minha melhor cara de confiança, como se fosse tão rebelde a ponto de entender sobre métodos contraceptivos como ninguém. “Transar com camisinha? Meu amor, isso é tão out”. Mas eu não era assim, não mesmo. Eu só precisava sempre fingir que era: fingir que era forte, fingir que era revolucionária, fingir que não queria... Pra parecer que eu era alguém e não a idiota que sou de verdade. A idiota apaixonada, pelo que pude constatar agora. E naquele momento parei pra pensar: Depois do que aconteceu, o que éramos afinal? Tínhamos ido muito longe pra sermos só amigos.
         - Josh... – Resolvi perguntar. Eu precisava tirar aquela dúvida. Éramos o quê, afinal? Nos beijando pra lá e pra cá e por acaso fazendo sexo no meio da minha sala de estar... Era um momento, eu deveria perguntar?
         - O quê foi, linda? – Ele perguntou, mexendo no meu cabelo desarrumado. Foi um minuto de silêncio, até que eu reorganizasse minhas ideias.
         - Não, nada... – Ai, como eu era imbecil. Mas eu não poderia fazer isso. Não poderia bombardear o garoto com propostas de namoro. Ia ser como se eu estivesse pedindo, como se eu fosse carente. E até parece que era como se eu não conhecesse a ideia de transar sem compromisso. Bem, pelo perfil das pessoas com quem eu andava, vocês já podem imaginar as coisas pelas quais eu passei e as coisas que eu já presenciei. Mas não com Josh, com ele sempre foi diferente. Mas eu sempre batia na mesma tecla, aquela que me prendia: Fingir. Era o que todos precisavam pensar de mim: Eu era forte, eu era desprendida. Até agora ele sabia que eu queria ele na minha vida, como meu amigo, o melhor de todos, como sempre foi. Eu queria Josh e estava disposta a fazer tudo por ele, mas que ele não pensasse que era a minha única opção.
         - Nada? – Ele me perguntou, levantando uma sobrancelha. Já estávamos deitados a um bom tempo, ele por cima de mim.
         - Só queria dizer que... – Respirei – Foi incrível – E lhe dei um selinho.
         - Sabe... – Ele falou, assim que terminamos o beijo – Você ainda não me mostrou o seu quarto!
         E entendendo o que ele quis dizer eu sorri, o empurrei para o lado e corri - do jeito que vim ao mundo - escada a cima. 

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