E quem diria que ali chegaríamos. Há
duas semanas, se me perguntassem sobre Josh eu provavelmente amarraria a cara e
iria para longe do inconveniente. Pois é bem o que dizem, e eu nunca
necessariamente neguei: que a raiva é somente uma forma de esconder um
sentimento mais profundo. No meu caso, a mágoa de ter sido abandonada pela pessoa
que mais me importava no mundo. Mas agora estávamos eu e Josh juntos novamente,
como sempre fomos. Bem... Não exatamente da mesma forma.
A
semana passou comigo e com o Josh felizes. Não passamos muito tempo juntos na
escola, até porque não tínhamos muitas aulas juntos e eu ainda tinha um
problema a resolver. Eu tinha outros amigos e ainda não estava disposta a fazer
como quando mais nova, onde eu me excluía do mundo e confiava toda a minha
amizade a Josh. Apesar de controversos, Lola, Alex, Gordo e Bafo eram pessoas
legais e que nunca me deixaram na mão e nos anos em que Josh esteve fora, eles
me acolheram e me fizeram dar alguns sorrisos – ainda que não fossem genuínos.
Pois
ficamos assim: Na escola, nos encontrávamos quando era possível, mas voltávamos
para casa juntos todos os dias e passávamos um bom tempo no meu portão ou no
dele, conversando. Volta e meia o assunto sempre chegava no momento em ele, e
eu não podia negar que eu também, esperava. Sábado. O dia em que meus pais
viajariam e eu ficaria em casa sozinha, e havia convidado Josh para assistir a
alguns filmes comigo. Era o momento em que poderíamos ficar sozinhos e privacidade
era tudo o que eu queria naquele momento. A única coisa que martelava mais na
minha cabeça, mais do que a ansiedade para o final de semana, era a ideia de
que eu não sabia bem o que eu e Josh éramos. Na verdade, duvidava até mesmo que
ele soubesse. Não havia um pedido oficial, mas as vezes nos sentia como
namorados. Ainda assim, não nos beijávamos na frente dos outros e não andávamos
de mãos dadas, cheios de chamegos, por isso eu esquecia a ideia desse tipo de
relacionamento. No fim das contas, a única coisa que eu tinha certeza – e me
importava – era da nossa amizade. Éramos sim, amigos de verdade e nada disso
podia ser contestado.
Depois
de muito esperar, finalmente era sábado. Meus pais seguiram para Connecticut,
visitar uma tia doente, às 2 PM e exatamente assim que eles puseram o pé para
fora, eu comecei a preparar as coisas para receber Josh. Preparei pipoca, comprei
chocolates e doces, separei os refrigerantes e copos. Ajeitei a sala, afastando
o sofá e deixando um espaço cheio de almofadas para que deitássemos no carpete.
Deixei os DVDs de filmes em cima da mesa, comédias: Professora Sem Classe, Passe Livre, Gente Grande... Assim que vi o
ambiente arrumado, corri para tomar meu banho. Já havia lavado o cabelo, então
amarrei em um coque e tomei meu banho da forma mais especial. Passei óleos,
sabonete especial e depois hidratante, pelo corpo inteiro. Olhava-me no espelho
e sempre me sentia absurdamente sem graça, eu não sabia mais o que fazer.
Estava arrumada, hidratada, depilada e perfumada e eu ainda não me sentia nada
atraente.
Depois
de quase mais de meia hora só pensando, resolvi desistir. Coloquei um short curto
de cintura alta, uma blusa curta e uma camisa quadriculada por cima. Calcei os
sapatos e quando dava os últimos retoques no cabelo, ouvi a campainha tocar.
Era ele. Comecei a tremer involuntariamente. Respirei fundo e corri escada a
baixo, abrindo a porta com rapidez. Ele sorria, com as mãos no bolso. Tirou os
óculos e coçou a cabeça assim que entrou. Não falamos nada, apenas sorríamos.
Eu fechei a porta atrás dele e quando me virei para entrar ele estava bem atrás
de mim, e me roubou um selinho. Continuei sorrindo.
-
Que filmes você tem pra mim hoje? – Ele perguntou e eu sorri, pegando em sua
mão e o levando para sala, onde tinha deixado os potes fechados de tudo o que
comeríamos naquele dia. Ele sorriu.
-
Parece delicioso – Foi apenas o que ele disse, me abraçando por trás.
-
Que tais se comermos e colocarmos o primeiro filme? – Eu perguntei, virando-me
para ele e mexendo em sua gola.
-
Acho válido – Ele deu um riso tímido e me deu outro selinho, me fazendo corar
involuntariamente.
Sentamos
os dois juntos e ele tirou os sapatos antes de colocar os pés em cima das
almofadas. Resolvi que não seria uma boa ideia ficar de sapatos também, já que,
acima de tudo, estavam me deixando desconfortável. Tirei-os e segui
engatinhando até o aparelho para colocar o primeiro filme. Escolhemos Gente Grande. Ao sentar de novo, Josh
deitou em cima de algumas almofadas e pediu para que eu deitasse com ele.
Encostei a cabeça em seu peito e ficamos os dois juntos, assistindo. Eu
acariciando-o por cima da camisa e ele me fazendo cafuné. As nossas respirações
andavam juntas e era confortável estar em seus braços.
Quando
o filme já estava em seu final, resolvemos levantar e comer um pouco. Atacamos
a pipoca, fizemos briga com a mesma e rimos muito. Perdemos o final do filme,
mas não nos importamos. Enquanto os créditos passavam, Josh pediu para ir ao
banheiro. Esperando-o, fui até o meu quarto e peguei um maço de cigarros que
estava guardado e um isqueiro. Desci tão rápido quanto subi e ele ainda não
havia voltado. Ascendi então meu cigarro e traguei um pouco, foi quando ele
voltou. Parou ao meu lado e ficamos em silêncio. Eu continuava levando o
cigarro a boca e soltando baforadas no nada, e percebi que o olhar dele estava
em mim.
-
O que foi? – Perguntei, enquanto apoiava a mão com o cigarro na perna que
estava levantada, na posição em que estava sentada.
-
Ainda não acostumei com você fumando – Ele sorria e fez carinho no meu braço ao
dizer isso.
-
Ainda acha que sou inocente, como você me deixou há sete anos? – eu levantei
uma sobrancelha e dei mais um trago no cigarro que estava na minha mão.
-
Inocente você nunca foi, Senhorita Carlson. – Ele se aproximou de mim e me
beijou o pescoço. Respirei fundo e mordi meu lábio. Estava arrepiada. Ele parou
então e tomou o cigarro da minha mão.
-
Ei! – Eu reclamei. Não acreditei que ele iria mandar no que eu fazia ou não da
minha vida agora. Mas me enganei, ao invés de jogar pela janela, ele pegou o
cigarro e levou a boca, tragando como um fumante de 50 anos.
-
Me dá um trago, por favor... – Ele falou e continuou fumando do meu cigarro.
Não conseguia nem falar algo em resposta, era bem estranha aquela situação. Ele
riu de mim e me acordou com mais perguntas – O que é? Acha que eu nunca fumei?
Acho que eu não bebo? Acha que eu não transo? – Ele disse a última frase
descendo a mão pela minha barriga. Eu ri mais alto e tomei o cigarro dele,
levando-o a boca.
-
Para de graça – Ele se afastou de mim e nós dois ainda ríamos – É que as vezes
até eu mesma fico pensando se deveria mesmo fumar... – Eu dizia, olhando para o
meu cigarro.
-
Faz mal a saúde, é claro... – Ele falou e eu concordei, sem olhá-lo – Mas você
fica extremamente sexy, sabia? – E aquele complemento me fez encará-lo. Olhando-o
de lado, levei o cigarro à boca mais uma vez e soprei a fumaça, sorrindo. Ele
riu e se aproximou novamente, tirando o cigarro da minha mão e apagando num dos
enfeites que minha mãe tinha em cima da mesa. Eu ri com a atitude, mas voltei a
encará-lo, já que era impossível não fazê-lo, com aqueles olhos tão lindos em mim.
Ele
foi me deitando sobre as almofadas e ficando por cima, enquanto apenas me
olhava. Meu coração palpitava acelerado e eu não conseguia me mover. Com
cuidado e dificuldade passei meus braços por cima de seus ombros no momento em
que ele fez com que minha cabeça encostasse no solo macio. Ele sorriu com
carinho antes de juntar nossos lábios com um selinho, aos poucos movendo a
boca, iniciando um beijo de verdade. As mãos dele, que já estavam na minha
cintura, começaram a passear por aquela região, me fazendo arrepiar. Minhas
mãos foram para o seu cabelo, puxando-o devagar enquanto ele movia os lábios
nos meus, passando a língua na minha de uma forma tão calma que começou a me
irritar um pouco. Puxei o corpo dele com a perna, fazendo com que grudasse
completamente no meu e ele respondeu, puxando a minha cintura do chão para
cima. Eu podia sentir cada centímetro do seu físico em contato com o meu o que
me fez puxar sua cabeça e deixar o beijo mais ardente, me separando logo em
seguida, no susto. Ele me encarava.
-
Pra quem achava que eu era absurdamente sexy com um cigarro na mão, você está
indo bem devagar, marujo! – Eu falei, segurando em sua nuca e com uma tentativa
de voz sexy.
-
Então quer dizer que você gosta das coisas mais... – Ele parou por um segundo,
buscando a palavra certa – violentas? – Ele riu e eu ri junto.
-
Eu não disse isso... Na verdade... – Eu tentei continuar, mas ele não deixou.
Abaixou o rosto até o meu ouvido e sussurrou:
-
Não diga que eu não avisei – E com um riso abafado mordeu a pontinha da minha
orelha, fazendo com que todo meu corpo de arrepiasse. De uma vez ele começou a
beijar e passar os lábios pela região, e eu apenas segurava em sua nuca, me
contorcendo com as sensações que aqueles carinhos simples me davam. Ele puxava
vez em quando, descia os beijos pelo meu pescoço, deixando chupões não tão
fortes pela região e voltando para suspirar no meu ouvido, enquanto eu soltava
alguns gemidos tímidos, não conseguiria me controlar. As mãos dele brincavam na
minha barriga e os dedos se moviam conforme sua boca trabalhava. Foi num puxão
de cabelo mais forte que o fiz se separar de mim e ele foi direto a minha
blusa, puxando-a pra cima e tirando de uma vez, jogando para o lado. Após o
feito, ele me pegou pelas costas com firmeza e me colocou em cima do sofá, se
encaixando entre minhas pernas. Estava muito extasiada pra saber como ele havia
feito aquilo e não tive tempo para tentar pensar. As mãos dele vieram direto em
meus seios e apertaram com força por cima do sutiã e sem muita demora ele levou
a boca ao mesmo local e começou a brincar com seus lábios e sua língua na curva
dos mesmos. Eu tombei minha cabeça para trás e prendi o corpo dele com as
minhas pernas no sofá. Senti suas mãos subirem pelas minhas costas e abrirem
meu sutiã e eu estiquei os braços para que ele pudesse tirá-los. Sem demora ele
voltou com a boca e com as mãos para os meus seios agora descobertos. Com
destreza, ele segurava um com uma mão enquanto lambia o outro, passando a
língua em volta dos mamilos e puxando-os com os lábios ao fim, e com isso
trocava para o outro seio que há pouco estava sendo acariciado. Eu tinha a
cabeça para trás, os gemidos começavam a sair mais altos da minha garganta e minhas
mãos apertavam a cabeça de Josh em meus seios pedindo para que ele não parasse
nunca com aquilo.
Suas
mãos desceram pelas minhas costas e chegaram até o meu short, já com a intenção
de puxá-lo para baixo, mas eu o impedi. Inclinei meu corpo para frente e deixei
minha boca ir de encontro ao seu pescoço. Senti que ele sorriu e eu comecei a
beijá-lo, enquanto pegava a barra da camisa e começava a subi-la, para tirá-la,
sem parar de mover meus lábios, sem medo de deixar marcas em sua pele branca.
Eu passava a língua levemente e fechava os lábios no local, subindo logo em
seguida em direção a sua orelha. Vez em quando sentia que ele arfava em minha
orelha, o que me dava mais estímulo para continuar. Dessa vez, colei nossos
corpos, sentada mesmo, ficando bem na altura de sua intimidade, deixando-as em
contato. Eu podia sentir o quanto seu membro estava enrijecido por cima da
calça. Quando consegui tirar toda a sua regata depois de tanto enrolar, ele me
puxou com as mãos espalmadas em minhas costas e deu um beijo em cada um dos
meus seios, me fazendo afundar o nariz em seu cabelo, sentindo o cheiro do
perfume suave de seus fios. Ele seguiu as mãos até o meu short e, enquanto
ainda tinha o rosto em meu peito, dedilhou até a parte da frente, abrindo meu
cinto e logo em seguida o short. Empurrei-o um pouco, para então conseguir
abaixar meu short com mais facilidade do que ele o faria comigo sentada.
Jogando-o no chão, peguei Josh olhando-me, quase a salivar. Ele encarava minhas
coxas e subia o olhar para a minha calcinha que era propositalmente pequena e
vermelha.
-
Vai ficar aí parado, encarando? – Eu perguntei, enquanto me encostava no sofá e
brincava com uma mecha do cabelo. Ele me olhou e sorriu, bastante safado. Levou
as mãos até as minhas coxas e as apertou, subindo as mãos aos poucos para a
lateral da minha calcinha e sua boca para a minha, beijando-me com vontade,
como se fosse me comer. Seus lábios eram rápidos, cobriam os meus, sua língua
passava pela minha como seduzindo-a e suas mãos se prenderam na minha roupa
íntima, prontas para puxá-la. Eu separei o beijo com dificuldade, mas ele não
parou. Seguiu seus lábios para meu queixo, meu pescoço, enquanto eu falava:
-
Eu estou em desvantagem – Ele riu abafado rapidamente no meu pescoço.
-
Não seja por isso – E com uma rapidez impressionante, assim que ele respondeu,
desabotoou a sua bermuda e tirou-a, junto a sua cueca. Eu apenas acompanhava e
não pude ter uma visão detalhada de todo o... equipamento, mas pra quê? Eu não
queria exatamente olhar aquilo. Ele voltou ao que estava fazendo então: as mãos
na minha calcinha, os lábios em meu pescoço e assim o senti descer a minha
última peça de roupa, até chegar aos meus pés. Quando ele retirou, eu não
esperei por sinalização ou permissão, deitei-me no sofá e esperei que ele
viesse. E ele assim o fez, deitando por cima de mim e colando nossos corpos. Eu
senti um arrepio ao ter sua intimidade em contato com a minha daquela forma, o
que só me fez querer mais dele. Ele me encarava, descendo uma das mãos pelo meu
corpo e parando a outra em meu rosto. Ele segurou seu membro e deixou-o já em
posição. Bem em cima da minha intimidade, sem penetrá-la, pois antes veio até
meu ouvido e sussurrou:
-
Você quer isso tanto quanto eu? – Mordi meu lábio, seu hálito quente, seu
membro já pronto e quase lá, ele devia estar brincando comigo, eu não poderia
aguentar.
-
Ainda mais – Eu respondi e sem pedir permissão puxei seu corpo para o meu
fazendo com que ele me penetrasse de uma vez, soltando um grito de dor e
prazer. Certo que eu esperava um pouco menos,
mas eu conseguiria aguentar, era como me sentir completa. Ficamos um tempo
apenas nos olhando, eu sentia meu corpo pulsar junto ao dele. Aos poucos ele
começou a se mover, segurando no sofá ao meu lado, sem desgrudar os olhos dos
meus. Eu tentava fazer o mesmo, mas era complicado pelo tanto que eu precisava
aguentar. Fechei os olhos e mordi os lábios, soltando um gemido baixo.
-
Quer que eu pare? – Ele perguntou, mas eu fiz que não com a cabeça e abri os
olhos. Minha boca estava entreaberta e o encarei, firme. Percebia cada
movimento, indo e voltando e comecei a me acostumar com tal sensação. Ele levou
uma das mãos para o meu rosto e tirou fios de cabelo que insistiam em cair na
minha testa. Ele se movia com carinho e eu prendi minhas pernas entre seu
quadril, fazendo com que ele se movesse um pouco mais rápido. Ele entendeu e
sorriu, aumentando o ritmo, me fazendo piscar por alguns segundos a mais. Sorri
fraco e abri os olhos, soltando um suspiro baixo enquanto sentia seu membro
entrar e sair de mim. Levei minhas mãos para suas costas e cravei minhas unhas
ali quando senti que ele começava a se mover ainda mais rápido,
involuntariamente. Ouvi um gemido vindo dele e aquilo me deixou ainda mais
excitada. Encarei-o e ele estava com os olhos fechados, com a boca entreaberta
e concentrado em mover seu membro dentro de mim. Senti meu corpo arrepiar com a
visão e eu levei uma das mãos ao sofá, sentindo minha intimidade começar a se
contrair timidamente. Ele abriu os olhos e voltou a me encarar, agora com um
sorriso entre os lábios. Meu corpo tremia e eu sentia que minha respiração não
estava nem um pouco normal. Eu precisava de ar, mas ao mesmo tempo eu não
queria nem um pouco. Eu queria aquele momento e Josh ali comigo, pra sempre. O
senti parar de se mover de repente e me encarar, tirando todo o seu membro de
dentro de mim. Por uns instantes fiquei sem entender, mas não demorou muito
para que ele colocasse tudo de uma vez novamente e começasse uma nova sequência
muito mais violenta. Fechei os olhos e não pude conter o grito, mas ele pareceu
não se importar. Não que eu quisesse que ele parasse, mas ele ia forte, saindo
quase que por completo de mim e voltando, como se fosse muito natural. Seus
lábios agora desceram para os meus seios e ele começou a chupá-los com força,
mordendo os mamilos enquanto não parava de se mover com rapidez. Minhas mãos em
suas costas o prendiam a mim o máximo que conseguia, mas meu corpo já estava
suado assim como o de Josh e elas sempre escorregavam. Meus gemidos foram
ficando mais altos e com menor intervalo de tempo, eu sentia Josh parar de
chupar meus seios para soltar gemidos roucos e morder os lábios, em seguida me
encarando e voltando a brincar com eles e aquilo já estava indo bem longe.
Senti arrepios me consumirem aos poucos e minha intimidade se contrair com mais
vontade na dele, com espaços de tempos mais curtos. Até que senti o corpo de
Josh parar e suas mãos irem até minha cintura, apertando com força. Soltei um
gemido alto ao sentir seu líquido jorrar dentro de mim e, quase que
automaticamente, senti meu corpo inteiro se contrair ao máximo e em seguida
minhas pernas perderem a força.
Ficamos
parados por alguns momentos, sentindo nossas respirações se acalmarem. Quando
resolvi olhá-lo, percebi que ele tinha o cabelo molhado, assim como todo o seu
rosto que estava bastante vermelho. Sorri com a visão e passei a mão por suas
bochechas, acariciando sua pele branca e macia. Ele sorriu, me encarando.
-
Não podia ter sido melhor – Ele sussurrou, com um meio sorriso nos lábios. Eu
sorri junto até que seu rosto se modificou, numa cara que parecia quase pavor.
– A gente não usou...
E
por um momento eu vi, criancinhas branquinhas com os cabelos lisinhos caídos na
testa, correndo por aí, com as bochechas rosadas. Elas teriam os olhos dele...
Eu não me importaria se saíssem completamente ao pai. Não me importaria de nada
daquilo e meu coração parou por um momento também. Eu não me importaria se Josh
e eu fossemos uma família, de que ele fosse o pai dos meus filhos. Eu já estava
mais do que envolvida. Mas eu já tive essa conversa comigo mesma e não
precisava me enganar. Eu sempre quis! E fingir que não me importava, dar
patadas e afastá-lo só me fez perder um tempo precioso.
-
Eu tomo remédios, Joshua – Eu disse, com a minha melhor cara de confiança, como
se fosse tão rebelde a ponto de entender sobre métodos contraceptivos como
ninguém. “Transar com camisinha? Meu amor, isso é tão out”. Mas eu não era
assim, não mesmo. Eu só precisava sempre fingir que era: fingir que era forte,
fingir que era revolucionária, fingir que não queria... Pra parecer que eu era
alguém e não a idiota que sou de verdade. A idiota apaixonada, pelo que pude
constatar agora. E naquele momento parei pra pensar: Depois do que aconteceu, o
que éramos afinal? Tínhamos ido muito longe pra sermos só amigos.
-
Josh... – Resolvi perguntar. Eu precisava tirar aquela dúvida. Éramos o quê,
afinal? Nos beijando pra lá e pra cá e por acaso fazendo sexo no meio da minha
sala de estar... Era um momento, eu deveria perguntar?
-
O quê foi, linda? – Ele perguntou, mexendo no meu cabelo desarrumado. Foi um
minuto de silêncio, até que eu reorganizasse minhas ideias.
-
Não, nada... – Ai, como eu era imbecil. Mas eu não poderia fazer isso. Não
poderia bombardear o garoto com propostas de namoro. Ia ser como se eu
estivesse pedindo, como se eu fosse carente. E até parece que era como se eu
não conhecesse a ideia de transar sem compromisso. Bem, pelo perfil das pessoas
com quem eu andava, vocês já podem imaginar as coisas pelas quais eu passei e
as coisas que eu já presenciei. Mas não com Josh, com ele sempre foi diferente.
Mas eu sempre batia na mesma tecla, aquela que me prendia: Fingir. Era o que
todos precisavam pensar de mim: Eu era forte, eu era desprendida. Até agora ele
sabia que eu queria ele na minha vida, como meu amigo, o melhor de todos, como
sempre foi. Eu queria Josh e estava disposta a fazer tudo por ele, mas que ele
não pensasse que era a minha única opção.
-
Nada? – Ele me perguntou, levantando uma sobrancelha. Já estávamos deitados a
um bom tempo, ele por cima de mim.
-
Só queria dizer que... – Respirei – Foi incrível – E lhe dei um selinho.
-
Sabe... – Ele falou, assim que terminamos o beijo – Você ainda não me mostrou o
seu quarto!
E
entendendo o que ele quis dizer eu sorri, o empurrei para o lado e corri - do
jeito que vim ao mundo - escada a cima.
Nenhum comentário:
Postar um comentário